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ESCOLA NOVA NO BRASIL: DOS SEUS PRIMEIROS PASSOS ATÉ SUA ASCENSÃO NO GOVERNO
VARGAS
A
Escola Nova no Brasil foi um movimento de grande importância para a
fundamentação pedagógica nacional. No entanto, ela teve de passar por um
caminho um pouco pedregoso, confrontando o antigo sistema educacional, com uma
velha herança colonial. Sendo assim, devemos primeiramente compreender em que
contexto o Brasil se encontrava para entendermos os motivos do surgimento desse
movimento.
O Brasil passava por um período
transitório em seu regime, isto é, a monarquia havia apenas caído e a república
havia sido implantada. Na verdade, os ideais da Escola Nova, já haviam começado
a se expandir no Império, em meados de 1870, se firmando na República. Já que o
auge do escolanovismo chegaria nos anos 1920, se consolidando nos anos
subsequentes, com a Revolução de 1930 e a Era Vargas, respectivamente.
Outro fator importante é o processo
de industrialização e urbanização do Estado brasileiro. Muito disso se devia
pela produção cafeeira que era até então a grande máquina de sustento econômico
do país. Com a modernização das cidades, surgimento dos grandes centros, foi
necessário mudanças em diversos cenários, e a educação não fugiu disso.
Porém, não basta
entendermos apenas o que levou a surgir a Escola Nova. É extremamente
necessário, ou melhor, é essencial sabermos quais eram os objetivos almejados
pelos reformistas. Eles possuíam um caráter mais próximo do liberal, pregando
que a educação nacional precisava de um caráter mais científico. Onde através
de um otimismo pedagógico, defendiam uma educação com crença na ciência e na
técnica. Se opondo, em um primeiro momento, ao caráter conservador que defendia
a educação aos moldes rigorosamente religiosos (católicos). As
escolas que passavam a optar pelo sistema da escolanovista eram chamadas de
“Escolas Normais”, sendo que as primeiras foram criadas em grandes centros
urbanos. Os principais estados onde a Escola Nova criou laços afetivos foi São
Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Já na década de 1910, muitas pessoas que se
tornariam destaques na educação se formaram como normalistas. Como, por
exemplo, Lourenço Filho, Cecília Meireles e Paschoal Lemme, este último, já nos
anos 1930.
A grande consolidação do
escolanovismo viria a partir dos anos 1930, sobretudo com a Era Vargas. Afinal
de contas, antes dele, sequer havia um ministério específico que fosse
responsável por cuidar dos interesses da educação. Criando assim, logo em seu
primeiro mês de governo, após a Revolução de 1930, o Ministério dos Negócios da
Educação e Saúde Pública. Que depois com o Estado Novo, em 1937, passa a se
chamar de Ministério da Educação e Saúde. Nota-se que a educação não possuía
ainda uma autonomia propriamente sua, a educação só seria segregada totalmente
em um só ministério em 1985. Vale lembrar,
que não foi tão simples a implantação da Escola Nova no Brasil, ela passou por
uma série de entraves. Até porque, os educadores religiosos e a Igreja
Católica, não aceitava um afastamento completo da religião no ensino. Essas
diferenças só seriam sanadas na Era Vargas, onde o Ensino Religioso é mantido
no currículo escolar, ao mesmo tempo que as outras ciências ganham força. A
História teria um papel importante na educação nacionalista pregada por Vargas,
com o objetivo de manter a memória nacional e celebrar as glórias do passado.
Enfim,
podemos perceber que a Escola Nova teve uma grande importância para a educação
brasileira, rompendo um pouco com a educação católica. Lecionando então, de uma
forma muito parecida com os humanistas do protestantismo, onde as ciências se
tornam importantes, mas sem esquecer-se do cunho religioso. Sendo então, um
grande primeiro passo para a modernização da educação brasileira.
PALAVRAS-CHAVE: Escola Nova,
Educação, Ciência, Era Vargas.