EDUCAÇÃO: POR SANTO AGOSTINHO, PELA REFORMA
PROTESTANTE E PELA CONTRARREFORMA
Antes de entendermos o que era e
como funcionava o sistema educacional durante a chamada Contrarreforma, devemos
entender do que se trata esse movimento. Em última análise, a Contrarreforma,
foi uma medida tomada pela Igreja Católica para tentar impedir a voraz expansão
da Reforma Protestante, iniciada por Martinho Lutero. Surgindo assim o
luteranismo (Alemanha), o calvinismo (Suíça) e o anglicanismo (Inglaterra), com
ideias inovadoras que poderiam esfacelar o poder e o prestígio da poderosa
Igreja Católica.
Um
dos principais influenciadores no método de educação antes da reforma e contrarreforma
foi Santo Agostinho. Com seu método de educação que apesar de não ser mais tão
incentivado perdura até os dias atuais, consistindo na transmissão do
conhecimento através de um mestre, transmissão daquele que sabe a verdade para
aquele que não sabe. Ao contrário do método socrático, que consiste em fazer o
conhecimento emanar do aluno. Dentre as matérias que formam o grande pilar da
educação se destacavam: a Teologia, a Filosofia e a Gramática.
Agostinho
chamou de “método moderado”, esse que por sua vez exige ao professor não
sobrecarregar o aluno com muito material, mas sim abordar um tema por sua vez,
a fim de revelar o que está escondido nele. Até mesmo o modo de falar do
professor é importante, devendo ter um ritmo equilibrado, usando frases
elaboradas em equilíbrio com frases simples. Assim encantando o aluno e o
atraindo para a beleza do material.
A Companhia de Jesus, fundada por
espanhóis, mas difundida na América também pelos portugueses, foi uma das
medidas contra o protestantismo. Os
padres jesuítas vieram, sobretudo, para a região fronteiriça entre Brasil,
Argentina e Paraguai, onde criaram as missões, com o intuito de catequizar os
indígenas que ali habitavam. A ideia da Igreja era pregar o catolicismo na
América para aumentar o número de fiéis que estava decaindo, mesmo que isso
fosse imposto à força. Porém, apesar de muitos jesuítas terem defendido os
indígenas dos colonizadores europeus, e de ensinarem os mesmos a ler e escrever
em suas respectivas línguas. Acabaram desestruturando-nos ao pregar, por
exemplo, a imagem do demônio e seus males e relacionando-o com a floresta, onde
viviam, aterrorizando-nos.
Vale
destacar, que os jesuítas não ensinavam apenas os indígenas, mas também os
filhos de colonos locais, usando como método o castigo físico, embora pouco
usado na educação dos “nativos”. Para ensinar os povos indígenas era necessário
ensinar a língua do povo conquistador (espanhol ou português), era uma espécie
de introdução aos estudos bíblicos. Eles eram reunidos nas missões, uma espécie
de retiro religioso, onde servia também como uma forma de “civilizar os
índios”. As missões também serviam como uma área de proteção contra os colonos
ibéricos que tinham interesse na escravização desses indígenas, que para eles
não passavam de animais.
Os
jesuítas usaram do método de Santo Agostinho para catequizar os indígenas e
filhos de colonos em suas missões, como já citado no texto. Dentro da Igreja
Católica mesmo é onde esse método menos se alterou. Já fora da Igreja, não é
algo absoluto, mas ao mesmo tempo é inegável sua influência na educação, até
mesmo na atual.
E
enquanto a Reforma Protestante de Martinho Lutero? O que a fez ser tão “temida”
pelos líderes católicos? Os protestantes tiveram algum envolvimento direto na
educação? Sem dúvida são perguntas que talvez tenham ficado no ar nos parágrafos
que antecederam este, mas que serão respondidos a partir de agora.
O
protestantismo de Lutero iniciou com sua insatisfação. O maior motivo foi a
venda de indulgências por parte de membros corruptos da Igreja, isto é, a venda
de terras no céu, materiais sacros e a compra do perdão. Outro motivo foi o
fato de a Bíblia Sagrada não ser acessível ao povo, havendo no máximo um volume
por catedral e escrito em latim, Lutero então, foi o primeiro a traduzi a
Bíblia para o alemão.
Em
relação à educação, os luteranos, tiveram participação efetiva em uma
remodelagem da mesma. Iniciando por abrir escolas para a população em geral,
que antes não tinham acesso a mesma. Depois, com ideias vindas do Renascimento,
passou a visar à formação integral do homem, seu desenvolvimento, fosse moral,
intelectual ou físico.
Quem
nunca viu tais habilidades em algum professor em sala de aula? É notório que
isso continua incutido no ensino ainda hoje. Não tão rigidamente, mas um pouco
de seu método sobreviveu aos séculos, passou por transformações, no entanto sua
raiz ainda é a mesma.
Por fim,
podemos perceber que o método empregado pelo catolicismo, deixou uma forte
herança para suas gerações posteriores. Vide que até hoje o professor se
posiciona a frente de todos explicando o assunto, muitas vezes, de maneira
quase ditatorial. Porém, nos últimos anos esse cenário vem se alterado
ligeiramente, um pouco talvez pela exigência da cientificidade do ensino. Muito
se fala em alterar nosso método de ensino, muitas teorias já foram formuladas,
nos resta apenas saber qual delas realmente pode funcionar na prática.
PALAVRAS-CHAVE:
Contrarreforma; Educação; Igreja Católica, Jesuítas, Reforma Protestante.
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