Toda revolucionária
Vestida de vermelho
Denunciando a desigualdade social
Cheia de amor e ternura,
num mundo tão cheio de ódio e mágoas.
Olhar sereno...
Lutando por uma vida mais justa para todos!
Pensando no coletivo, não apenas no seu umbigo.
Essa era minha garota, revolucionária
Sem medo de lutar pelo que acredita
Com seus camaradas de Revolução.
Coração valente que não se entrega,
Vivendo em nome da igualdade e da liberdade.
Gabriel Dalmolin
Foi assim do nada que você surgiu
Mas foi aos poucos que fomos nos conhecendo
Até chegar a tão aguardada noite
Céu como o breu, apenas a lua crescente a nos observar
Que noite especial
Me encantei com cada palavra
Cada sonho e cada angústia
A música ambiente me fazia viajar no teu sorriso
E entrar em transe com seus olhos de amêndoa
Então, nos deparamo frente a frente
Na noite escura e gélida
Encontrei fortaleza no teu abraço
E a chama dos teus lábios incendiaram meu corpo
O doce sabor do teu beijo
O contato com tua pele alva
E o suave aroma do teu perfume francês
Me levaram ao êxtase
Estava descrente, perplexo
Pois nunca beijara uma garota assim, tão extraordinária
Pedra preciosa de esplendor sem igual
Gabriel Dalmolin
A noite não podia estar pior,
tudo conspirava contra mim...
Todos se divertindo,
e eu como sempre num canto, introvertido;
O frio da noite se mesclava com o calor humano
Quando de repente te avistei,
Bela menina de olhos verdes,
De sorriso meigo e olhar fascinado,
Me encantei em teus passos valseados,
Em tua charmosa graciosidade,
Em teu singelo e amoroso abraço.
Gabriel Dalmolin
Animada e divertida;
Defensora das minorias;
Bela, recatada e do bar...
Artista e cantora;
Poliglota e esportista;
Filosofa do ócio;
Insuportavelmente amável;
Livre como um pássaro;
Loucamente louca.
Gabriel Dalmolin
Duermo todas las noches
y me encuentro con largos sueños
utópicos y nostálgicos
felices y fantásticos
sueño tocando tu corpo
besando sus labios
sintiendo la llanura en tu piel
cogendo el cielo en tus ojos castaños
hipnotizado por la chica guapa que es.
Llega la mañana, me desperto
y me deparo que todo no pasaba de un sueño.
Gabriel Dalmolin
Vejo você aí, deste jeito
Calada em meio de tanta dor
Sorriso amordaçado pelo mal-estar
Olhos cansados ao invés de brilhantes
Você parece arruinada, esfacelada
Sob jugo de sua enfermidade
Como eu queria estar do teu lado agora
Beijar sua testa febril
Aquecê-la com um abraço
Tratá-la com meu carinho
Curá-la com minha paixão
Mas isso não posso o fazer,
Pois você não me escolheu
Caindo em sua enferma solidão.
Gabriel Dalmolin
Nos sentimos tão diferentes e iguais ao mesmo tempo...
Buscamos igualdades nas diferenças;
Buscamos diferenças nas igualdades;
Queremos ficar enquadrados em um grupo;
Queremos ficar sozinhos num quarto escuro;
Serei eu afrente do meu tempo?
Jamais! Pois o homem é filho do seu tempo,
De seu contexto histórico e social.
Ora buscamos nos destacar;
Ora queremos nos pertencer;
Pois o homem tem essa identidade contraditória...
Inventada e natural;
Que constitui seu cerne e o faz viver em sociedade.
Independente de tempo, estrutura, conjuntura ou evento.
Pois a contradição está em nossa alma.
Gabriel Dalmolin
É tão ruim te ver assim... Infeliz.
Aquela que tinha sempre um belo sorriso estampado no rosto
Agora te vejo assim...
Angustiada, temendo o que vem pela frente...
Engraçado não é?
Pois depois de tudo que me sofri contigo
depois de me ferires
me magoar
me ignorar...
Mesmo depois de tudo isto, ainda me importo muito com você.
Me sentindo infeliz na tua infelicidade.
Triste na tua tristeza.
Gabriel Dalmolin
Que vivem de rir e criticar?
Se falo ou não "corretamente";
Se puxo o "R" como se estivesse freando;
Ou se pronuncio o "S" como uma chaleira chiando;
Se falo ou não cantando;
Ou mesmo se troco o "P" pelo "B";
Se me atrapalho no trava-línguas
Ou se falo correndo...
O que importa é que me faço ouvir
De um jeito ou de outro...
Falo aberto ou fechado;
Torto ou direito;
Falo o tempo inteiro
Para nossas memórias...
Não serem apagados da História!
Gabriel Dalmolin
O vento traz uma nova era
fria e gélida,
triste e sonolenta,
calma e passageira.
O frio corta possibilidades,
mas nos traz tantas outras...
Novas cores e tendências;
novos aprendizados e conquistas.
Mas sobretudo, o frio obriga o abraço,
que dribla a carência
e aquece relações.
Onde o pobre pode ter fartura
e o rico miséria,
pois o amor não tem preço que se pague.
Se sente e se constrói.
Gabriel Dalmolin
É triste e perturbador
Esse ódio que corre nas veias por uma só entidade.
Negligenciando os erros cometidos por tantos outros no passado e no presente.
Este é o momento triste que vivemos.
Um período tenso de nossa História...
Que por deveras esquece do obsoleto pretérito;
Que venera falsos ídolos;
E que luta por um passado que nunca existiu.
Mitos e mentiras;
Ódio e rancor;
Essa é a cara desse povo hipócrita que defende a falta dos próprios direitos políticos.
Que se enterra na descolorida alienação,
até o fim de seus dias.
Lutemos e roguemos todos pela Democracia.
E lembremos de todos aqueles que morreram por ela...
Assim seja!
Gabriel Dalmolin
Passa dia e passa ano,
e tudo parece idêntico ao que fora outrora.
Passaram-se biênios e ainda não consegui livrar-te de meus pensamentos.
Basta passar poucos minutos ao teu lado,
para os velhos desejos feridos voltarem à tona.
Sou como um pássaro ferido;
Triste e solitário...
Incapaz de alçar voo!
Com um coração cheio de pesar
Cheio de luto, por nunca ter sido capaz de conquistá-la...
De nunca ter podido brincar com tuas mãos
e de jamais ter sentido o sabor de teus lábios.
Gabriel Dalmolin