5 de fevereiro de 2019

Antes e depois

Quanto tempo jogado fora
Pensando em como seríamos juntos
Mas sem agir, sem tomar uma atitude
Guardava tudo para mim, 
Sempre achando que não era bom o bastante
Talvez fruto de uma vida amorosa cheia de reviravoltas
E principalmente recheada de decepções.
Porém um dia, quis o destino que eu tomasse uma iniciativa
Então descobri que fora recíproco o tempo todo
E que minha vida estaria divida em dois momentos:
Antes e depois de você.


Gabriel Dalmolin

31 de dezembro de 2018

Eu e você, juntinhos...

Uma tarde inesquecível
Um dia para rememorar eternamente
Eu e você, juntinhos...
Num gramado, debaixo de uma bela árvore
O sol tocando nossos pés
Eu deitado no seu colo, fixando seu olhar apaixonado
Enquanto alisavas minhas sobrancelhas e bagunçava minhas madeixas
Beijinhos e abraços para todos os lados
Podia ser só um sonho, como tantos que tive contigo esse ano
Mas desta vez...
Desta vez era real!
Pude sentir o gostinho dos teus doces lábios
E cheirar de mansinho seu cangote perfumado.
Foi de arrepiar.
Eu e você, juntinhos...
Pensando no nosso próximo passo
Sem deixar de aproveitar cada segundo lado a lado
Foi aí que me enamorei por cada traço do teu rostinho de bebê.

Gabriel Dalmolin

28 de setembro de 2018

Uma década de colorado

Hoje é um dia especial, pois completa 10 anos desde a primeira partida que acompanhei oficialmente como torcedor colorado. Justamente, em um gre-NAL, vencido por 4x1, contra um Grêmio que era líder, enquanto o Internacional, embalaria para se tornar o primeiro brasileiro campeão de tudo. O ano seguinte, marcava o centenário do clube, e apesar do futebol vistoso, somamos três vice-campeonatos, perdendo um Brasileiro de forma polêmica, com o rival entregando a paçoca na última partida. Por cerca de 1 hora, fomos campeões nacionais. Mas a história havia de ser diferente. Chegou 2010, e com isso a Libertadores. Uma série de coincidências com o título de 2006 cercavam o clube. As pesquisas apontavam o Inter como o brasileiro com menos chances de ser campeão, mas um time aguerrido, repleto de velhos ídolos conseguiu provar o contrário. E depois de garantir vitórias, muitas vezes no último minuto. O Internacional pintava a América de Vermelho NOVAMENTE! Estávamos no Mundial! E para quem havia vencido o Barça de Ronaldinho, a nossa xará Internazionale (que havíamos vencido 2 anos antes com um golaço de bicicleta de Nilmar), não seria problema. Mas, as decepções também viriam, e o "efeito Mazembe" foi dos mais doídos de engolir. Nunca um sul-americano havia ficado de fora de uma final do torneio. Virávamos chacota internacional...Nem D'Alessandro ser o melhor jogador da América serviu de consolação.

Mais um ano viria, e nosso ídolo Falcão veio nos ajudar. Após perdermos em nossa casa contra o rival na final, replicamos o placar como visitante, vencendo também nos pênaltis, erguendo a última taça do Olímpico Monumental. Gre-nais, sempre foram nossa especialidade, e foi vencendo um na última rodada do campeonato que conseguimos uma vaga na Libertadores, era a terceira seguida. Um recorde quebrado. Os anos seguintes tiveram altos e baixos, mas tivemos a honra de ter o melhor jogador da Copa do Mundo, Diego Forlán em nossa equipe.Em 2014, voltamos a ser competitivos e voltamos à Libertadores, novamente. Naquele mesmo ano vencemos o gauchão, vencendo nosso maior rival duas vezes, sendo na finalíssima um novo 4x1. Com direito a gols de D'Alessandro e Alex, igualzinho daquele jogo longínquo de 2008. Naquele ano também fomos sede de Copa do Mundo, à exemplo de 1950, o Beira Rio estava mais lindo do que nunca. Um verdadeiro caldeirão vermelho.

Um novo ano se reabria, e novamente sob a liderança de D'Alessandro o Inter se tornava competitivo, vencemos o gauchão novamente, e chegamos até as semifinais da Libertadores, eliminados às vésperas do meu aniversário de 18 anos. Foi um baque triste, mas suportável. Todavia, uma crise se instalaria desde então. O Inter demitiria seu técnico Diego Aguirre, e o auxiliar assumiria para o gre-nal. Resultado? Aquele fatídico 5x0, em pleno dia dos pais, que todos gostaríamos de esquecer. Daí em diante o time não seria mais o mesmo. Ficamos de fora da Libertadores, D'Alessandro foi emprestado pro River Plate e começamos 2016 com desconfiança, fomos hexacampeões estaduais e chegamos a ser líder do campeonato. Mas tudo desengrenou! De repente, engatamos 14 partidas sem vencer. Parecia inacreditável, acreditamos até o fim. Mas o rebaixamento foi inevitável. Um time apático, sem a tradicional garra de sempre. Pior do que ser rebaixado, foi a repercussão da fala de nosso ex-presidente Fernando Carvalho sobre o ocorrido da trágica história da Chapecoense. Como catarinense o sofrimento era maior ainda. Passamos a ser, injustamente, os vilões da história. A imprensa fazia de tudo para incriminar o clube de qualquer coisa que pudesse. Perdíamos nossa dignidade.

O clube que havia sido por tanto tempo um modelo de gestão e um dos mais bem-sucedidos financeiramente, caíra em colapso. Juntamente com o rebaixamento viera as dívidas. O clube estava quebrado, arrasado por uma gestão incompetente, que além de destruir o clube, criara uma cultura do ódio entre a própria diretoria. Chegara 2017, e iniciávamos perdendo a hegemonia no estado para um desconhecido Novo Hamburgo. Então chegou o fantasma da Série B, onde sofremos do começo ao fim para regressarmos. O ano findou, e pela primeira vez durante nove anos, passei um ano como colorado sem títulos. O ano que estava por vir não parecia ser nada bom. Nova queda, será? O que seríamos de nos colorados? Quem poderia nos defender?

Pois lembra do auxiliar que havia comandado o time no fatídico 5x0? Ele assumira oficialmente o time, e aos poucos foi impondo seu estilo de jogo. O time já não mais dava balão e recuava desesperadamente, aos poucos havia um padrão de jogo, ainda tímido. O primeiro semestre ainda havia sido controverso, mas tudo mudara a partir de um 0x0 com o Grêmio na casa do rival, onde sem nosso camisa 10, nos obrigarmos a criar uma retranca. Parecia pouco para um time de nossa grandeza, mas naquela altura o rival havia invertido a balança, vencido tudo que disputara, enquanto nós havíamos decaído de maneira desmedida. Mas foi a partir daí que voltou a confiança, começamos a surpreender e a calar a boca de todo mundo e quando percebemos estávamos novamente no topo, vencendo dentro e fora, jogando bonito, com vontade, contando com a sorte, às vezes, também. Nossa dignidade, havia sido restaurada!

Mas afinal, por que escolhi ser colorado? Admito que o fato de ser um catarinense imbuído da cultura gaúcha colaborou bastante, bem como os títulos recentes. Embora, no momento em que escolhi torcer o time não estava nas melhores posições (11º), nem havia embalado com um bom futebol. Certamente pesou o passado glorioso, o histórico do clube associado aos menos favorecidos socialmente, a simplicidade, mas sobretudo, seu manto sagrado: a camisa vermelha. Afinal de contas, vermelho é a cor do povo. E eu escolhi torcer para o clube do povo do Rio Grande do Sul! Pois bem, estava feito o matrimônio, que hoje completa bodas de estanho, onde na alegria e na tristeza, nunca deixarei de ser COLORADO!

19 de setembro de 2018

Palavras ao vento

Vivemos um caos político, moral, ideológico. Nesse contexto, nada me frustra mais do que o discurso de ódio da atual conjuntura nacional. Ódio ao diferente. Ao negro. Ao indígena. À mulher. Ao homossexual. Ao pobre. E a apologia à violência? À Ditadura? Parece que vendaram os olhos e deram as costas para o passado brasileiro. 

Corrupção, sem dúvida é um problema. Sem embargo, o "falso moralismo" também o é. Convencionou-se a bater no peito para provar sua integridade, mas negligenciam que "honestidade" também é falar a verdade do que pensa, admitir sua personalidade. O oposto é negar-se a dizer que é homofóbico, misógino, racista, enquanto suas declarações provam totalmente o contrário. E não foi um caso isolado. São declarações constantes. Infindáveis. Lastimantes. 

Ouve-se palavras genéricas respondidas com messianismo por parte significativa do eleitorado. Propostas? Vagas...Para não dizer nulas. O que aparece são no máximo duvidosas, com o intuito de beneficiar uma parcela pífia da população: os mais ricos. Propõe-se o Estado Mínimo. As grandes nações agradecem! Pois enquanto o país símbolo do capitalismo intervém para proteger as empresas nacionais (inclusive privadas), o Brasil entrega de bandeja! Enquanto vendemos nossas riquezas, estatais nórdicas com o maior IDH do mundo compram o que é nosso. Algo no mínimo, contraditório.

E o que dizer da total destruição do legado de Cristo? Usar da fé para angariar votos é um ato desprezível. Distorcer a figura de profetas do passado que semearam amor e compaixão, tão deplorável quanto. Estamos fragmentados. Divididos. Em uma bipolarização medíocre entre coxinhas e mortadelas. O Brasil é mais que isso! Tem mil faces e a diversidade foi sempre nossa bandeira. Cabe a nós juntos unirmos forças para desmobilizar essas palavras ao vento e pacificar o ódio encrustado no fundo do coração de milhões de brasileiro.

#elenão

Gabriel Dalmolin  

31 de agosto de 2018

As veias dilaceradas

Após 4 anos é hora de retornarmos às urnas para as eleições majoritárias. Depois de vermos cotidianamente a dignidade do cidadão brasileiro cair numa fossa profunda e obscura, é a hora de mirar uma luz no fim do túnel. É incrível como a política nacional tenha declinado ladeira à baixo de uma maneira imensurável. E não estou discutindo apenas corrupção, esta intrínseca desde a consolidação da República, mas sim do tom conservador/reacionário que vem assolando o país em temas que há 10 anos já eram tidos como ultrapassados. O ódio para com o "outro" dilatou-se de maneira significativa em uma dicotomia há muito não vista. Um congresso do Boi, do Banco e da Bíblia que comanda a Nação, mesmo sendo grupos que não possuem grande representatividade na população em geral, enquanto mulheres e negros ainda sofrem com o preconceito diário, sufocando em seu silêncio avassalador. Os valores se perderam. A soberania da nação? Também. Agora é tudo "Estado Mínimo", mas esse neoliberalismo só engradece 1% da população e as multinacionais, que por sua vez, engrandecem os "Grandes Estados" com seus impostos. O individualismo vem destruindo cada vez mais o coletivismo. Não se pensa mais em ser e, sim, produzir. Racismo, xenofobia, machismo e homofobia que haviam ficado trancafiados por tanto tempo no interior do cidadão "de bem" vem se espalhando na mesma proporção das notícias falsas pelas redes sociais. A imoralidade? Só aumenta. Ninguém mais tem palavra. Vivemos um caos completo. Usando as palavras de Eduardo Galeano, nossas veias não estão só abertas, estão completamente dilaceradas pela faca afiada da intolerância e a as perspectivas para estancar a profusão das feridas deixadas da dignidade brasileira, não são das melhores. Infelizmente.

Gabriel Dalmolin

14 de maio de 2018

Sonhando acordado

Esta noite tive um sonho diferente.
Sonhei com você, conosco para ser mais preciso.
Estávamos em um canto a sós.
Eu fitava a luminescência dos teus olhos perante o breu da noite.
O contraste trazia um tom deslumbrante no seu semblante.
Você olhava para mim em tom de reciprocidade, sorrindo.
Eu acariciava teu rosto macio, e um "friozinho na barriga" me tomava conta...
Será que devo avançar? E por que não?
Então nos beijamos...Lentamente.
O despertador sona, me despertando de tão belo sonho.
Sem embargo, a imagem repercutiu em minha mente repetidamente...
Sonhando acordado.

Gabriel Dalmolin

7 de maio de 2018

Pensando em ti

O tempo é difícil de controlar...
Tudo passa muito depressa, 
E num piscar de olhar, lá se vai mais uma semana
Trabalho árduo;
Leituras infindáveis;
Pouquíssimo tempo para o lazer...
Um insignificante tempo para si mesmo.
Mas ainda assim, há um mísero fragmento de segundo por dia,
No meio de tantos afazeres
Que reservo exclusivamente para você.
Se não falando pessoalmente, ou mandando mensagem
Pensando em ti...
Sonhando com o nosso futuro.

Gabriel Dalmolin

23 de fevereiro de 2018

Recíproco

Ele gostava muito de uma garota
Fitava o rosto dela
Em busca do reflexo de sua alma
Desenhava sua face em seus rascunhos
Exprimindo a ternura de seus olhos
A simplicidade de seus lábios
O charme contagiante do seu sorriso
E passou meses observando a garota
Contendo, envergonhadamente suas ânsias
Mal sabia ele que o sentimento era recíproco
Passando o resto de seus dias lamentando-se
Por não ter coragem de abrir o jogo, com quem tanto amava...

Gabriel Dalmolin

19 de fevereiro de 2018

Lago Verdejante

Era uma vez...
Um povoado pequeno e pacato
Embrenhado nas montanhas
Gente simples e trabalhadora
Enquanto todos se divertiam, eu lia e escrevia poemas
Há espera de um grande amor...
Eis que um dia, escrevendo em um belo e grandioso lago, me deparo com o reflexo da figura mais linda que já vira.
O brilho de seus olhos tornavam o lago verdejante!
Os pássaros soavam cantos de beleza imensurável
Transformando este momento mágico.
O que fazer? 
Na ânsia de cometer algum equívoco com a moça por trás do reflexo
Me atirei para dentro d'água, para não mais deixar de ver, aquela verde tonalidade pela qual me enamorei.
Afogando meus sentimentos, naquele lago verdejante.
Alcançando as profundezas de sua essência.

Gabriel Dalmolin

5 de fevereiro de 2018

Angústia

O ano mal começa
E já se iniciam os desafios...
Ano diferente, assim como outros tantos
Mas este é especial
Pois significa o fim de um ciclo
O término de uma caminhada tortuosa
Repleta de pedras e espinhos...
E ao mesmo tempo jocosa.
Uma longa jornada está findando;
Após uma imensa carga de leituras;
De viagens exaustantes;
De textos escritos e reescritos mil vezes;
Mas uma angústia se aproxima...
Amigos se distanciarão;
A necessidade de ingressar no mercado de trabalho só aumentará;
Assim como a pressão pelo definitivo sucesso;
Pressão que pode matar psicologicamente.
E é envolto deste angustiante medo de ter feito a escolha errada que tocamos em frente...
À espera de um futuro próximo.
De preferência, com frutuosos resultados.

Gabriel Dalmolin

Tudo Por Você!

É difícil de explicar a complexidade de minha situação
Por mais tempo que se passe sem tocar os lábios de alguém
E por mais que apareçam oportunidades, parece que minha consciência me obriga a esperar por ti;
Pelo Teu beijo.
Negando todas as outras, como penitência
E com esse coração clausurado
Me sinto revigorado, na luta por ti.
Há espera...
Como se fosse meu primeiro beijo
Tudo Por Você!

Gabriel Dalmolin

14 de dezembro de 2017

O Duelo Final

Após mais quatro anos desde o último confronto. Novamente as rivais voltavam a se enfrentar, para um Duelo Final. A idade já não era disparidade, ambas já eram experientes e multicampeãs. Tudo indicava que se tratava de uma despedida de ambas as estrelas, o fim de uma geração vencedora. Duas beldades peso-pesado sem enfrentavam novamente - frente a frente - para um duelo histórico. A Desafiante, de luvas azuis e top negro; a Desafiada de luvas avermelhadas e top branco, dando destaque para o corpo escultural das oponentes. Provocações, farpas e caretas trocadas entre as partes. Fight! - começa a luta. A Desafiante entra firme com um chute magistral derrubando a oponente, saltando sobre a mesma e desferindo intensivos golpes. Mas a Desafiada sabe sofrer, e após a vermelhidão transcorrer, embrulha a adversária com suas pernas, prendendo-na como uma aranha agarra sua presa. Sufocada, a Desafiante não desiste e luta com todas as suas forças para se desvencilhar, e após estar um fio de ser imobilizada por completo ergue-se e joga a rival no chão como se estivesse martelando um prego, três vezes. Soltando-se. Fim de primeiro round, pela primeira vez o duelo entre as duas se desenvolvera na lona. O segundo round não tivera a mesma intensidade, mas ambas desferiram belíssimos chutes e socos impressionantes. Após beber um pouco de água e deixar o suor avermelhado escorrer de seus belos rostos, partem para o round decisivo. A luta parecera se desenvolver menos no chão, algo no ar dizia que algum golpe espetacular estava por vir. Dito e feito, a Desafiada acerta um gancho de esquerda que desestabiliza a Desafiante que tomba no chão, mas na tentativa de imobilizá-la recebe uma rasteira e caí à lona também. Como uma bola giram de um lado para o outro, desferindo socos mútuos e ardentes. Se afastam, faltam poucos segundos...Resolvem decidir a parada em pé. Trocam novos socos, dignos das melhores pugilistas que alguém já existira. Eis que a Desafiante arrisca um golpe certeiro, mas é interceptada com o braço inverso da rival, que usa-a como alavanca para girar sobre a adversária, pegar impulso e acertar-lhe um chutaço de voleio no rosto. NOCAUTE! Apesar do resultado Vencedora e Vencida saíram contentes com o fim do duelo, ao proporcionarem a melhor luta de todos os tempos, dando o melhor de si. Doando seu sangue. Literalmente...

Gabriel Dalmolin