23 de junho de 2015

História da Educação (Escola Nova)

A ESCOLA NOVA NO BRASIL: DOS SEUS PRIMEIROS PASSOS ATÉ SUA ASCENSÃO NO GOVERNO VARGAS

     A Escola Nova no Brasil foi um movimento de grande importância para a fundamentação pedagógica nacional. No entanto, ela teve de passar por um caminho um pouco pedregoso, confrontando o antigo sistema educacional, com uma velha herança colonial. Sendo assim, devemos primeiramente compreender em que contexto o Brasil se encontrava para entendermos os motivos do surgimento desse movimento.
            O Brasil passava por um período transitório em seu regime, isto é, a monarquia havia apenas caído e a república havia sido implantada. Na verdade, os ideais da Escola Nova, já haviam começado a se expandir no Império, em meados de 1870, se firmando na República. Já que o auge do escolanovismo chegaria nos anos 1920, se consolidando nos anos subsequentes, com a Revolução de 1930 e a Era Vargas, respectivamente.
            Outro fator importante é o processo de industrialização e urbanização do Estado brasileiro. Muito disso se devia pela produção cafeeira que era até então a grande máquina de sustento econômico do país. Com a modernização das cidades, surgimento dos grandes centros, foi necessário mudanças em diversos cenários, e a educação não fugiu disso.
            Porém, não basta entendermos apenas o que levou a surgir a Escola Nova. É extremamente necessário, ou melhor, é essencial sabermos quais eram os objetivos almejados pelos reformistas. Eles possuíam um caráter mais próximo do liberal, pregando que a educação nacional precisava de um caráter mais científico. Onde através de um otimismo pedagógico, defendiam uma educação com crença na ciência e na técnica. Se opondo, em um primeiro momento, ao caráter conservador que defendia a educação aos moldes rigorosamente religiosos (católicos).                                                                As escolas que passavam a optar pelo sistema da escolanovista eram chamadas de “Escolas Normais”, sendo que as primeiras foram criadas em grandes centros urbanos. Os principais estados onde a Escola Nova criou laços afetivos foi São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Já na década de 1910, muitas pessoas que se tornariam destaques na educação se formaram como normalistas. Como, por exemplo, Lourenço Filho, Cecília Meireles e Paschoal Lemme, este último, já nos anos 1930.
            A grande consolidação do escolanovismo viria a partir dos anos 1930, sobretudo com a Era Vargas. Afinal de contas, antes dele, sequer havia um ministério específico que fosse responsável por cuidar dos interesses da educação. Criando assim, logo em seu primeiro mês de governo, após a Revolução de 1930, o Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública. Que depois com o Estado Novo, em 1937, passa a se chamar de Ministério da Educação e Saúde. Nota-se que a educação não possuía ainda uma autonomia propriamente sua, a educação só seria segregada totalmente em um só ministério em 1985.                                                                                                           Vale lembrar, que não foi tão simples a implantação da Escola Nova no Brasil, ela passou por uma série de entraves. Até porque, os educadores religiosos e a Igreja Católica, não aceitava um afastamento completo da religião no ensino. Essas diferenças só seriam sanadas na Era Vargas, onde o Ensino Religioso é mantido no currículo escolar, ao mesmo tempo que as outras ciências ganham força. A História teria um papel importante na educação nacionalista pregada por Vargas, com o objetivo de manter a memória nacional e celebrar as glórias do passado.                             
            Enfim, podemos perceber que a Escola Nova teve uma grande importância para a educação brasileira, rompendo um pouco com a educação católica. Lecionando então, de uma forma muito parecida com os humanistas do protestantismo, onde as ciências se tornam importantes, mas sem esquecer-se do cunho religioso. Sendo então, um grande primeiro passo para a modernização da educação brasileira.           

PALAVRAS-CHAVE: Escola Nova, Educação, Ciência, Era Vargas.

Gabriel Dalmolin

História da Educação (Humanismo)

         EDUCAÇÃO: POR SANTO AGOSTINHO, PELA REFORMA PROTESTANTE E PELA CONTRARREFORMA

      Antes de entendermos o que era e como funcionava o sistema educacional durante a chamada Contrarreforma, devemos entender do que se trata esse movimento. Em última análise, a Contrarreforma, foi uma medida tomada pela Igreja Católica para tentar impedir a voraz expansão da Reforma Protestante, iniciada por Martinho Lutero. Surgindo assim o luteranismo (Alemanha), o calvinismo (Suíça) e o anglicanismo (Inglaterra), com ideias inovadoras que poderiam esfacelar o poder e o prestígio da poderosa Igreja Católica.                                                                           
          Um dos principais influenciadores no método de educação antes da reforma e contrarreforma foi Santo Agostinho. Com seu método de educação que apesar de não ser mais tão incentivado perdura até os dias atuais, consistindo na transmissão do conhecimento através de um mestre, transmissão daquele que sabe a verdade para aquele que não sabe. Ao contrário do método socrático, que consiste em fazer o conhecimento emanar do aluno. Dentre as matérias que formam o grande pilar da educação se destacavam: a Teologia, a Filosofia e a Gramática.                                                   
        Agostinho chamou de “método moderado”, esse que por sua vez exige ao professor não sobrecarregar o aluno com muito material, mas sim abordar um tema por sua vez, a fim de revelar o que está escondido nele. Até mesmo o modo de falar do professor é importante, devendo ter um ritmo equilibrado, usando frases elaboradas em equilíbrio com frases simples. Assim encantando o aluno e o atraindo para a beleza do material.                                                        
        A Companhia de Jesus, fundada por espanhóis, mas difundida na América também pelos portugueses, foi uma das medidas contra o protestantismo. Os padres jesuítas vieram, sobretudo, para a região fronteiriça entre Brasil, Argentina e Paraguai, onde criaram as missões, com o intuito de catequizar os indígenas que ali habitavam. A ideia da Igreja era pregar o catolicismo na América para aumentar o número de fiéis que estava decaindo, mesmo que isso fosse imposto à força. Porém, apesar de muitos jesuítas terem defendido os indígenas dos colonizadores europeus, e de ensinarem os mesmos a ler e escrever em suas respectivas línguas. Acabaram desestruturando-nos ao pregar, por exemplo, a imagem do demônio e seus males e relacionando-o com a floresta, onde viviam, aterrorizando-nos.                                                                                       
       Vale destacar, que os jesuítas não ensinavam apenas os indígenas, mas também os filhos de colonos locais, usando como método o castigo físico, embora pouco usado na educação dos “nativos”. Para ensinar os povos indígenas era necessário ensinar a língua do povo conquistador (espanhol ou português), era uma espécie de introdução aos estudos bíblicos. Eles eram reunidos nas missões, uma espécie de retiro religioso, onde servia também como uma forma de “civilizar os índios”. As missões também serviam como uma área de proteção contra os colonos ibéricos que tinham interesse na escravização desses indígenas, que para eles não passavam de animais.                        
        Os jesuítas usaram do método de Santo Agostinho para catequizar os indígenas e filhos de colonos em suas missões, como já citado no texto. Dentro da Igreja Católica mesmo é onde esse método menos se alterou. Já fora da Igreja, não é algo absoluto, mas ao mesmo tempo é inegável sua influência na educação, até mesmo na atual.                    
         E enquanto a Reforma Protestante de Martinho Lutero? O que a fez ser tão “temida” pelos líderes católicos? Os protestantes tiveram algum envolvimento direto na educação? Sem dúvida são perguntas que talvez tenham ficado no ar nos parágrafos que antecederam este, mas que serão respondidos a partir de agora.                                                       
           O protestantismo de Lutero iniciou com sua insatisfação. O maior motivo foi a venda de indulgências por parte de membros corruptos da Igreja, isto é, a venda de terras no céu, materiais sacros e a compra do perdão. Outro motivo foi o fato de a Bíblia Sagrada não ser acessível ao povo, havendo no máximo um volume por catedral e escrito em latim, Lutero então, foi o primeiro a traduzi a Bíblia para o alemão.                            
          Em relação à educação, os luteranos, tiveram participação efetiva em uma remodelagem da mesma. Iniciando por abrir escolas para a população em geral, que antes não tinham acesso a mesma. Depois, com ideias vindas do Renascimento, passou a visar à formação integral do homem, seu desenvolvimento, fosse moral, intelectual ou físico.
Quem nunca viu tais habilidades em algum professor em sala de aula? É notório que isso continua incutido no ensino ainda hoje. Não tão rigidamente, mas um pouco de seu método sobreviveu aos séculos, passou por transformações, no entanto sua raiz ainda é a mesma.                                                                               
Por fim, podemos perceber que o método empregado pelo catolicismo, deixou uma forte herança para suas gerações posteriores. Vide que até hoje o professor se posiciona a frente de todos explicando o assunto, muitas vezes, de maneira quase ditatorial. Porém, nos últimos anos esse cenário vem se alterado ligeiramente, um pouco talvez pela exigência da cientificidade do ensino. Muito se fala em alterar nosso método de ensino, muitas teorias já foram formuladas, nos resta apenas saber qual delas realmente pode funcionar na prática.


PALAVRAS-CHAVE: Contrarreforma; Educação; Igreja Católica, Jesuítas, Reforma Protestante.

Gabriel Dalmolin e Juliano Nazário