23 de junho de 2015

História da Educação (Humanismo)

         EDUCAÇÃO: POR SANTO AGOSTINHO, PELA REFORMA PROTESTANTE E PELA CONTRARREFORMA

      Antes de entendermos o que era e como funcionava o sistema educacional durante a chamada Contrarreforma, devemos entender do que se trata esse movimento. Em última análise, a Contrarreforma, foi uma medida tomada pela Igreja Católica para tentar impedir a voraz expansão da Reforma Protestante, iniciada por Martinho Lutero. Surgindo assim o luteranismo (Alemanha), o calvinismo (Suíça) e o anglicanismo (Inglaterra), com ideias inovadoras que poderiam esfacelar o poder e o prestígio da poderosa Igreja Católica.                                                                           
          Um dos principais influenciadores no método de educação antes da reforma e contrarreforma foi Santo Agostinho. Com seu método de educação que apesar de não ser mais tão incentivado perdura até os dias atuais, consistindo na transmissão do conhecimento através de um mestre, transmissão daquele que sabe a verdade para aquele que não sabe. Ao contrário do método socrático, que consiste em fazer o conhecimento emanar do aluno. Dentre as matérias que formam o grande pilar da educação se destacavam: a Teologia, a Filosofia e a Gramática.                                                   
        Agostinho chamou de “método moderado”, esse que por sua vez exige ao professor não sobrecarregar o aluno com muito material, mas sim abordar um tema por sua vez, a fim de revelar o que está escondido nele. Até mesmo o modo de falar do professor é importante, devendo ter um ritmo equilibrado, usando frases elaboradas em equilíbrio com frases simples. Assim encantando o aluno e o atraindo para a beleza do material.                                                        
        A Companhia de Jesus, fundada por espanhóis, mas difundida na América também pelos portugueses, foi uma das medidas contra o protestantismo. Os padres jesuítas vieram, sobretudo, para a região fronteiriça entre Brasil, Argentina e Paraguai, onde criaram as missões, com o intuito de catequizar os indígenas que ali habitavam. A ideia da Igreja era pregar o catolicismo na América para aumentar o número de fiéis que estava decaindo, mesmo que isso fosse imposto à força. Porém, apesar de muitos jesuítas terem defendido os indígenas dos colonizadores europeus, e de ensinarem os mesmos a ler e escrever em suas respectivas línguas. Acabaram desestruturando-nos ao pregar, por exemplo, a imagem do demônio e seus males e relacionando-o com a floresta, onde viviam, aterrorizando-nos.                                                                                       
       Vale destacar, que os jesuítas não ensinavam apenas os indígenas, mas também os filhos de colonos locais, usando como método o castigo físico, embora pouco usado na educação dos “nativos”. Para ensinar os povos indígenas era necessário ensinar a língua do povo conquistador (espanhol ou português), era uma espécie de introdução aos estudos bíblicos. Eles eram reunidos nas missões, uma espécie de retiro religioso, onde servia também como uma forma de “civilizar os índios”. As missões também serviam como uma área de proteção contra os colonos ibéricos que tinham interesse na escravização desses indígenas, que para eles não passavam de animais.                        
        Os jesuítas usaram do método de Santo Agostinho para catequizar os indígenas e filhos de colonos em suas missões, como já citado no texto. Dentro da Igreja Católica mesmo é onde esse método menos se alterou. Já fora da Igreja, não é algo absoluto, mas ao mesmo tempo é inegável sua influência na educação, até mesmo na atual.                    
         E enquanto a Reforma Protestante de Martinho Lutero? O que a fez ser tão “temida” pelos líderes católicos? Os protestantes tiveram algum envolvimento direto na educação? Sem dúvida são perguntas que talvez tenham ficado no ar nos parágrafos que antecederam este, mas que serão respondidos a partir de agora.                                                       
           O protestantismo de Lutero iniciou com sua insatisfação. O maior motivo foi a venda de indulgências por parte de membros corruptos da Igreja, isto é, a venda de terras no céu, materiais sacros e a compra do perdão. Outro motivo foi o fato de a Bíblia Sagrada não ser acessível ao povo, havendo no máximo um volume por catedral e escrito em latim, Lutero então, foi o primeiro a traduzi a Bíblia para o alemão.                            
          Em relação à educação, os luteranos, tiveram participação efetiva em uma remodelagem da mesma. Iniciando por abrir escolas para a população em geral, que antes não tinham acesso a mesma. Depois, com ideias vindas do Renascimento, passou a visar à formação integral do homem, seu desenvolvimento, fosse moral, intelectual ou físico.
Quem nunca viu tais habilidades em algum professor em sala de aula? É notório que isso continua incutido no ensino ainda hoje. Não tão rigidamente, mas um pouco de seu método sobreviveu aos séculos, passou por transformações, no entanto sua raiz ainda é a mesma.                                                                               
Por fim, podemos perceber que o método empregado pelo catolicismo, deixou uma forte herança para suas gerações posteriores. Vide que até hoje o professor se posiciona a frente de todos explicando o assunto, muitas vezes, de maneira quase ditatorial. Porém, nos últimos anos esse cenário vem se alterado ligeiramente, um pouco talvez pela exigência da cientificidade do ensino. Muito se fala em alterar nosso método de ensino, muitas teorias já foram formuladas, nos resta apenas saber qual delas realmente pode funcionar na prática.


PALAVRAS-CHAVE: Contrarreforma; Educação; Igreja Católica, Jesuítas, Reforma Protestante.

Gabriel Dalmolin e Juliano Nazário

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