19 de setembro de 2018

Palavras ao vento

Vivemos um caos político, moral, ideológico. Nesse contexto, nada me frustra mais do que o discurso de ódio da atual conjuntura nacional. Ódio ao diferente. Ao negro. Ao indígena. À mulher. Ao homossexual. Ao pobre. E a apologia à violência? À Ditadura? Parece que vendaram os olhos e deram as costas para o passado brasileiro. 

Corrupção, sem dúvida é um problema. Sem embargo, o "falso moralismo" também o é. Convencionou-se a bater no peito para provar sua integridade, mas negligenciam que "honestidade" também é falar a verdade do que pensa, admitir sua personalidade. O oposto é negar-se a dizer que é homofóbico, misógino, racista, enquanto suas declarações provam totalmente o contrário. E não foi um caso isolado. São declarações constantes. Infindáveis. Lastimantes. 

Ouve-se palavras genéricas respondidas com messianismo por parte significativa do eleitorado. Propostas? Vagas...Para não dizer nulas. O que aparece são no máximo duvidosas, com o intuito de beneficiar uma parcela pífia da população: os mais ricos. Propõe-se o Estado Mínimo. As grandes nações agradecem! Pois enquanto o país símbolo do capitalismo intervém para proteger as empresas nacionais (inclusive privadas), o Brasil entrega de bandeja! Enquanto vendemos nossas riquezas, estatais nórdicas com o maior IDH do mundo compram o que é nosso. Algo no mínimo, contraditório.

E o que dizer da total destruição do legado de Cristo? Usar da fé para angariar votos é um ato desprezível. Distorcer a figura de profetas do passado que semearam amor e compaixão, tão deplorável quanto. Estamos fragmentados. Divididos. Em uma bipolarização medíocre entre coxinhas e mortadelas. O Brasil é mais que isso! Tem mil faces e a diversidade foi sempre nossa bandeira. Cabe a nós juntos unirmos forças para desmobilizar essas palavras ao vento e pacificar o ódio encrustado no fundo do coração de milhões de brasileiro.

#elenão

Gabriel Dalmolin  

31 de agosto de 2018

As veias dilaceradas

Após 4 anos é hora de retornarmos às urnas para as eleições majoritárias. Depois de vermos cotidianamente a dignidade do cidadão brasileiro cair numa fossa profunda e obscura, é a hora de mirar uma luz no fim do túnel. É incrível como a política nacional tenha declinado ladeira à baixo de uma maneira imensurável. E não estou discutindo apenas corrupção, esta intrínseca desde a consolidação da República, mas sim do tom conservador/reacionário que vem assolando o país em temas que há 10 anos já eram tidos como ultrapassados. O ódio para com o "outro" dilatou-se de maneira significativa em uma dicotomia há muito não vista. Um congresso do Boi, do Banco e da Bíblia que comanda a Nação, mesmo sendo grupos que não possuem grande representatividade na população em geral, enquanto mulheres e negros ainda sofrem com o preconceito diário, sufocando em seu silêncio avassalador. Os valores se perderam. A soberania da nação? Também. Agora é tudo "Estado Mínimo", mas esse neoliberalismo só engradece 1% da população e as multinacionais, que por sua vez, engrandecem os "Grandes Estados" com seus impostos. O individualismo vem destruindo cada vez mais o coletivismo. Não se pensa mais em ser e, sim, produzir. Racismo, xenofobia, machismo e homofobia que haviam ficado trancafiados por tanto tempo no interior do cidadão "de bem" vem se espalhando na mesma proporção das notícias falsas pelas redes sociais. A imoralidade? Só aumenta. Ninguém mais tem palavra. Vivemos um caos completo. Usando as palavras de Eduardo Galeano, nossas veias não estão só abertas, estão completamente dilaceradas pela faca afiada da intolerância e a as perspectivas para estancar a profusão das feridas deixadas da dignidade brasileira, não são das melhores. Infelizmente.

Gabriel Dalmolin

14 de maio de 2018

Sonhando acordado

Esta noite tive um sonho diferente.
Sonhei com você, conosco para ser mais preciso.
Estávamos em um canto a sós.
Eu fitava a luminescência dos teus olhos perante o breu da noite.
O contraste trazia um tom deslumbrante no seu semblante.
Você olhava para mim em tom de reciprocidade, sorrindo.
Eu acariciava teu rosto macio, e um "friozinho na barriga" me tomava conta...
Será que devo avançar? E por que não?
Então nos beijamos...Lentamente.
O despertador sona, me despertando de tão belo sonho.
Sem embargo, a imagem repercutiu em minha mente repetidamente...
Sonhando acordado.

Gabriel Dalmolin

7 de maio de 2018

Pensando em ti

O tempo é difícil de controlar...
Tudo passa muito depressa, 
E num piscar de olhar, lá se vai mais uma semana
Trabalho árduo;
Leituras infindáveis;
Pouquíssimo tempo para o lazer...
Um insignificante tempo para si mesmo.
Mas ainda assim, há um mísero fragmento de segundo por dia,
No meio de tantos afazeres
Que reservo exclusivamente para você.
Se não falando pessoalmente, ou mandando mensagem
Pensando em ti...
Sonhando com o nosso futuro.

Gabriel Dalmolin

23 de fevereiro de 2018

Recíproco

Ele gostava muito de uma garota
Fitava o rosto dela
Em busca do reflexo de sua alma
Desenhava sua face em seus rascunhos
Exprimindo a ternura de seus olhos
A simplicidade de seus lábios
O charme contagiante do seu sorriso
E passou meses observando a garota
Contendo, envergonhadamente suas ânsias
Mal sabia ele que o sentimento era recíproco
Passando o resto de seus dias lamentando-se
Por não ter coragem de abrir o jogo, com quem tanto amava...

Gabriel Dalmolin

19 de fevereiro de 2018

Lago Verdejante

Era uma vez...
Um povoado pequeno e pacato
Embrenhado nas montanhas
Gente simples e trabalhadora
Enquanto todos se divertiam, eu lia e escrevia poemas
Há espera de um grande amor...
Eis que um dia, escrevendo em um belo e grandioso lago, me deparo com o reflexo da figura mais linda que já vira.
O brilho de seus olhos tornavam o lago verdejante!
Os pássaros soavam cantos de beleza imensurável
Transformando este momento mágico.
O que fazer? 
Na ânsia de cometer algum equívoco com a moça por trás do reflexo
Me atirei para dentro d'água, para não mais deixar de ver, aquela verde tonalidade pela qual me enamorei.
Afogando meus sentimentos, naquele lago verdejante.
Alcançando as profundezas de sua essência.

Gabriel Dalmolin

5 de fevereiro de 2018

Angústia

O ano mal começa
E já se iniciam os desafios...
Ano diferente, assim como outros tantos
Mas este é especial
Pois significa o fim de um ciclo
O término de uma caminhada tortuosa
Repleta de pedras e espinhos...
E ao mesmo tempo jocosa.
Uma longa jornada está findando;
Após uma imensa carga de leituras;
De viagens exaustantes;
De textos escritos e reescritos mil vezes;
Mas uma angústia se aproxima...
Amigos se distanciarão;
A necessidade de ingressar no mercado de trabalho só aumentará;
Assim como a pressão pelo definitivo sucesso;
Pressão que pode matar psicologicamente.
E é envolto deste angustiante medo de ter feito a escolha errada que tocamos em frente...
À espera de um futuro próximo.
De preferência, com frutuosos resultados.

Gabriel Dalmolin

Tudo Por Você!

É difícil de explicar a complexidade de minha situação
Por mais tempo que se passe sem tocar os lábios de alguém
E por mais que apareçam oportunidades, parece que minha consciência me obriga a esperar por ti;
Pelo Teu beijo.
Negando todas as outras, como penitência
E com esse coração clausurado
Me sinto revigorado, na luta por ti.
Há espera...
Como se fosse meu primeiro beijo
Tudo Por Você!

Gabriel Dalmolin

14 de dezembro de 2017

O Duelo Final

Após mais quatro anos desde o último confronto. Novamente as rivais voltavam a se enfrentar, para um Duelo Final. A idade já não era disparidade, ambas já eram experientes e multicampeãs. Tudo indicava que se tratava de uma despedida de ambas as estrelas, o fim de uma geração vencedora. Duas beldades peso-pesado sem enfrentavam novamente - frente a frente - para um duelo histórico. A Desafiante, de luvas azuis e top negro; a Desafiada de luvas avermelhadas e top branco, dando destaque para o corpo escultural das oponentes. Provocações, farpas e caretas trocadas entre as partes. Fight! - começa a luta. A Desafiante entra firme com um chute magistral derrubando a oponente, saltando sobre a mesma e desferindo intensivos golpes. Mas a Desafiada sabe sofrer, e após a vermelhidão transcorrer, embrulha a adversária com suas pernas, prendendo-na como uma aranha agarra sua presa. Sufocada, a Desafiante não desiste e luta com todas as suas forças para se desvencilhar, e após estar um fio de ser imobilizada por completo ergue-se e joga a rival no chão como se estivesse martelando um prego, três vezes. Soltando-se. Fim de primeiro round, pela primeira vez o duelo entre as duas se desenvolvera na lona. O segundo round não tivera a mesma intensidade, mas ambas desferiram belíssimos chutes e socos impressionantes. Após beber um pouco de água e deixar o suor avermelhado escorrer de seus belos rostos, partem para o round decisivo. A luta parecera se desenvolver menos no chão, algo no ar dizia que algum golpe espetacular estava por vir. Dito e feito, a Desafiada acerta um gancho de esquerda que desestabiliza a Desafiante que tomba no chão, mas na tentativa de imobilizá-la recebe uma rasteira e caí à lona também. Como uma bola giram de um lado para o outro, desferindo socos mútuos e ardentes. Se afastam, faltam poucos segundos...Resolvem decidir a parada em pé. Trocam novos socos, dignos das melhores pugilistas que alguém já existira. Eis que a Desafiante arrisca um golpe certeiro, mas é interceptada com o braço inverso da rival, que usa-a como alavanca para girar sobre a adversária, pegar impulso e acertar-lhe um chutaço de voleio no rosto. NOCAUTE! Apesar do resultado Vencedora e Vencida saíram contentes com o fim do duelo, ao proporcionarem a melhor luta de todos os tempos, dando o melhor de si. Doando seu sangue. Literalmente...

Gabriel Dalmolin




A primeira vez que eu te vi

É engraçado, o ano passou tão rápido
Ainda me lembro quando nos vimos pela primeira vez
Quando dançamos juntos ao som de uma bela melodia
E no embalo da música pude enxergar a graciosidade de seus olhos...
De beleza ímpar.
Desde então, quando sinto-me trite
Basta lembrar de teus verdes olhos
Para encontrar paz no coração.

Gabriel Dalmolin

11 de dezembro de 2017

Ampulheta

O tempo passou e mais um ano findou.
Foram muitos dias felizes, outros tristes.
Fica aqui um momento de reflexão...
É hora de pôr na balança o que foi positivo e o que é necessário melhorar, mudar, adaptar.
Momentos ficam guardados na memória
Das quais guardamos para não cair no esquecimento
Entre acertos e erros é preciso sempre buscar seu melhor
E não esquecer de aproveitar nossa vivência terrena ao máximo
Pois nossa vida é uma ampulheta, na qual as gotículas de areia que pendem do alto tem uma quantidade incerta...
Podendo findar a qualquer instante.
É neste clima que devemos viver o novo ano que se inicia
Como se fosse o último!
Pois nunca saberemos quando nossos olhos piscarão pela última vez...

Gabriel Dalmolin



24 de novembro de 2017

Ser professor

Ser professor
Tarefa árdua e difícil
Dedicada aos letramentos dos indivíduos
Ser professor
É ser apaixonado pelas leituras
Pela criticidade social
Por uma análise diferenciada
Também é se impor em favor dos princípios educacionais
É saber apanhar, mas também se defender
Lutar, ser combativo quando necessário
Por uma sociedade mais digna
Ser professor
Também é ser utópico
Uma vez que é sempre preciso acreditar, ser positivo
É ter paciência
É saber fala, mas também ouvir
É ensinar, mas também aprender
Por fim, ser professor é uma missão dificílima 
Onde é necessário jogo de cintura, amor e dedicação
Para fazer de seu ofício uma paixão
Aproveitando cada segundo, sem esperar o último sinal
Pois a escola é seu lar
E a sala de aula seu laboratório
Onde produz experiências, com o intuito de melhorar o mundo.

Gabriel Dalmolin