28 de fevereiro de 2016

Estrelas

Noite fria, vento gelado.
Céu negro Como o breu
Enquanto uns Dormem
As Corujas reinam No luar
A Lua é o Ser mais belo.
Então, Lua, te peço em casamento
Sejamos felizes neste manto negro
Que as Estrelas sejam nossos filhos
E que iluminem a vida dos que tem medo da escuridão.

Gabriel Dalmolin

Gótica

Ela não gostava do comum
Adorava ser diferente
Era muito atraente
Lia literatura medieval
Vestia-se só de preto
Curtia um rock...
Era pura agitação;
E ao mesmo tempo comoção
Uma mescla de sentimentos
Entre glória e trevas.
Sempre gótica...
Uma bela e eterna gótica.

Gabriel Dalmolin

Romântica

Ela era uma garota adorável;
Estava sempre com o sorriso no rosto...
Aliás, que sorriso mais contagiante!
Ela era meiga e simpática;
Doce como o mais puro mel;
A melancolia das músicas românticas emocionavam-na e faziam ela suspirar;
Como se fosse uma garotinha pequena...
Ela era uma romântica;
Uma doce e eterna romântica.

Gabriel Dalmolin

23 de fevereiro de 2016

Acordeão

Sanfona, gaita, cordeona 
Pouco importa seu nome,
Desde que fale-se nela
E escute seu ecoar
Transfigurar almas
Romper barreiras
Sacudir distâncias
Levando por este chão
De ponta à ponta
A música e a alegria
O sofrimento e a melancolia 
Desse garrão de potro
Do mestre, Acordeão.
Este, que encontra sua essência
Cravada no coração de quem o ouve 
De quem o toca e de quem o vê.
Instrumento este que com sua mística
Alegra e acalma multidões.


Gabriel Dalmolin

22 de fevereiro de 2016

Como num ringue

A vida é cheia de percalços;
De encontros e desencontros;
Repleta de derrotas e humilhações;
Mesmo assim, devemos deixar a chama viva;
Levantar da queda, e se preparar novamente;
Como num ringue, é necessário dar o melhor de si;
Lutar com força e inteligência;
E se caso eu perder novamente?
Levante a cabeça e persista...
Um dia há de dar certo;
Nocauteando os adversários;
Erguendo o cinturão da glória;
Vencendo seus medos e dificuldades;
Provando seu real valor.
Como num ringue.

Gabriel Dalmolin

21 de fevereiro de 2016

Boleira

Essa garota era diferente,
Desde pequena largava as bonecas,
Para apostar corrida com os garotos.
Sim, ela era diferente
Gostava de adrenalina.
Mas nada se comparava a sua maior paixão:
Jogar bola!
Correr, chutar, dar carrinho...
Que emoção!
Torcer para seu clube do coração
Pranto derradeiro da comoção
Vencer quando menos se espera...
Essa era a menina boleira,
Aquela que por mais que a julgassem
Jamais desistiu do que amava
Marcando um golaço de placa!
Dando um chapéu nos que a criticavam,
Fazendo o que alimentava sua existência 
Jogando com a alma na chuteira...

Gabriel Dalmolin

5 de fevereiro de 2016

Distâncias

Montes verdes, vales e baixadas
Rios, encostas, florestas
Tudo isso e mais centenas de quilômetros nos separam
Você vive no agito da cidade grande
Enquanto moro no pacato interior
A distância é algo difícil de lidar
Quando se gosta de alguém
No entanto, pode servir como fonte de conhecimento e sabedoria
Sabendo controlar as emoções
Mas chega um momento
Que nem toda calma do mundo
Podem amenizar esta dor ardente
É preciso ultrapassar fronteiras
Quebrar tabus
Saltar barreiras
Sair da zona de conforto
É preciso ver você...

Gabriel Dalmolin

2 de fevereiro de 2016

Menina dos fones

Vejo ao longe, uma bela moça
Baixa, olhos castanhos
Olhar cintilante e sonhador...
Cabelo moreno, com uma linda mexa loira 
Para iluminar ao seu redor, como a luz solar.
Óculos quadrados.
Concentração total em seu celular,
Ouvindo alguma música romântica, suponho
Mescla de letra e instrumento
Que transformam a poesia em música.
A beira da praia, a menina dos fones se perde
Irresistível no seu jeito de ser
Encantadora por natureza
Perdida na imensidão e na essência de suas músicas
Que atingem o ápice do seu ser
Para unir-se com sua alma, 
Sua jovem e linda alma.

Gabriel Dalmolin

Metamorfose da Paixão

Assim do nada você surgiu
Era só para ser uma conversa casual
Mas ela acabou tomando novos caminhos
Florescendo uma nova amizade
Que com o dia-a-dia foi se fortalecendo
E tomou proporções inesperadas
O garoto tristonho; encontrou sua fortaleza de alegria
E a menina desesperada; achou um poço de tranquilidade
E como numa metamorfose
Onde lagarta vira borboleta
Nossa amizade virou paixão
E o que era para ser eu e você
Virou nós, para sempre.

Gabriel Dalmolin

29 de janeiro de 2016

Flash

O tempo passa como um raio
acima da velocidade da luz,
rompe a barreira do som
voando por sobre o ar,
atravessando o oceano 
num piscar de olhos.
Vivemos correndo contra o tempo
e quando vemos já é tarde demais,
porém nunca tarde o suficiente
para fazer o que é certo.
Salvando a humanidade, 
com pequenos gestos, e não menos heroicos.
Mas sem deixar de aproveitar a vida
com tudo de melhor que ela pode proporcionar!
Pois a vida é curta e passageira;
E não exita em momento algum;
Passando em um flash.

Gabriel Dalmolin

28 de janeiro de 2016

Gelada Nostalgia

Calor e alegria
Festa, praia e bom humor
Será mesmo o que sou?
Sou dos campos e plagas verdejantes
Coberto e protegido pela muralha das montanhas
O frio irmana meu ser
A brisa suave e a chuva gélida 
Anunciam o entardecer, assim como o poente 
Ouço um ressoar melancólico e puro
Nativo da terra que me criei
De caráter triste e harmônico
Para trazer saudades do que se foi
Compasso frio e marcado
Desta gelada nostalgia
Que enraia o meu viver
E que sintetiza tudo o que sou
Uma Estética do Frio
Que acalora friamente nossa alma
Por de baixo de nossos ponchos molhados, porém sedosos.

Gabriel Dalmolin

Sou eu mesmo

Penso, logo existo
Só sei que nada sei
Problemas e incógnitas epistemológicas
Das quais nunca resolverei 
Quem sou eu afinal?
Sou o que uso
O que faço?
O que gosto?
O que penso?
Sou uma porção de coisas...
Sou nada, assim como ao mesmo tempo, sou tudo
Sou quem sou, sem saber o por quê
Quem sou eu afinal?
Só sou o que sou,
Sou eu mesmo.

Gabriel Dalmolin