18 de maio de 2015

Tempestade de Medos

 
  As coisas já não são mais como antes. Tudo o que parecia certeza, hoje não passa de ilusão. Onde havia luz, hoje reina a escuridão. Sendo assim, fico em uma "saia justa", lutar ou não lutar? Eis a questão.
  A vida é feita de ciclos, uns bons, outros nem tanto. No entanto comigo, parece que quando começo a me acostumar com o ciclo de benevolências e de pequenas marolas me afrontado, vejo-me eu, enfrentando novamente as perversas tempestades da vida. Penso e repenso, até quando terei forças para lutar contra tudo que me aflige...
  O que mais me deixa transtornado é que neste momento tudo deveria estar o mais próximo do perfeito, já que o mesmo não existe. Porém não é bem assim. Se tudo dependesse apenas da força de vontade de mudar, as coisas seriam mais tranquilas, mais brandas. Todavia, me deparo com uma série de fatores psíquicos que acumulam e agravam meu estado: os medos.
  Quem não tem medo? Todos temos! Entretanto, não é comum uma pessoa viver cercado por assombros, fugindo destes pesadelos reais e irreais que o acovardam o tempo todo. Afinal, do que tenho medo? De tudo um pouco na verdade, o medo de não vencer na vida, de decepcionar a todos e a mim mesmo, de não passar de uma pessoa comum e não deixar qualquer legado para o futuro. É então que eu entro em um grande paradoxo existencial.
  Será que tenho medo de morrer? Certamente o tenho, por mais que eu tenha alguma fé, parece que cada vez que alguém toca no assunto meus pensamentos se entocam como um animal indefeso em busca de proteção. Parece uma forma de fugir do medo, fugir da morte, mesmo sabendo que é impossível, e é nisto que me coloco em um paradoxo: "tenho medo de morrer ou de viver?". Afinal de contas, quanto mais me acovardo com a morte, mais me desvencilho da vida, deixando as oportunidades de aproveitá-la escapar. Cabe a mim encontrar força, bravura e paciência para me libertar dessa tempestade de medos que me prende, surra e castiga.

Gabriel Dalmolin

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